Tatá e o incrível robô do Dr. Zebedeu



de Emílio Carlos
Era uma vez um menino que se chamava Tarcisio. Mas todos na escola e no bairro, até sua mãe, o chamavam de Tatá.
O que Tatá mais adorava na vida era sua bola. Era Tatá com a bola pra lá e pra cá. Queria encontrar o Tatá? Bastava achar a bola, que lá estava ele.
O Tatá brincava com a bola, comia com a bola e até dormia com a bola. Era sua paixão.
Na rua onde o Tatá morava vivia um cachorrinho chamado Pituxo. O Pituxo não podia ver o Tatá com a bola que lá vinha ele brincar.
- Sai pra lá, Pituxo! – gritava o Tatá.
E se afastava do cachorro com medo do Pituxo morder sua bola.
Mas o Pituxo só queria brincar com o Tatá. Com o Tatá e com a sua bola. E o Tatá nem aí:
- Saí Pituxo, eu já falei!
Daí o Pituxo saia assim tristinho, e ia olhar o Tatá lá de longe.
Perto do Tatá também morava um homem misterioso. Tudo que o Tatá sabia eram duas coisas: o nome dele era dr. Zebedeu, e não era pra chegar nem perto da casa dele. Foi o que sua mãe lhe disse.
O Tatá, menino obediente, nem chegava perto da casa do dr. Zebedeu. A casa tinha um ar largado, com a pintura gasta e o mato crescendo por todo lado. Dizem que lá dentro o dr. Zebedeu fazia... experiências.
Mas nada disso interessava pro Tatá. O que ele queria mesmo era com sua bola brincar. E o Pituxo só podia de longe olhar.
Foi num dia desses, como outro qualquer, que o Tatá estava brincando com sua bola. E de repente ouviu um ruído enorme, vindo da casa do dr. Zebedeu.
Tatá olhou para o lado e não pôde acreditar no que viu: um enorme robô, terrível, monstruoso, que dizia:
- Eu vou dominar o mundo!
O Tatá queria correr. Mas suas pernas não se moviam.
O robô se aproximava dele muito rapidamente e o menino ia ser pisoteado.
Percebendo o perigo o Pituxo rapidamente saiu correndo e salvou o Tatá.
- Eu vou dominar o mundo – dizia o robô com sua voz impressionante.
Quando já estava a salvo, fora do caminho do robô, foi aí que o Tatá viu:
- Minha bola! Eu preciso pega-la.
Dizendo isso Tatá saiu correndo pra pegar a bola, que estava bem no caminho do robô. Mais um pouco e o robô ia pisar nela.
- Eu vou dominar o mundo! – gritou o robô.
E o Tatá gritou: - Nããão!
E se jogou no caminho do robô pra pegar a bola. Agora os dois iam ser pisoteados: a bola e o Tatá.
Mais do que depressa Pituxo correu e atacou o robô. Foi uma luta feroz, terrível entre o cachorro e o robô. Finalmente o robô bateu no cachorro e o mandou longe. O Pituxo bateu com a cabeça num poste e ficou meio desmaiado.
Daí o Tatá teve uma idéia: colocou a bola no caminho do robô e saiu de perto.
O robô agora estava a um passo da bola. E disse:
- Eu vou dominar o munnn....
E nessa hora pisou na bola, perdeu o equilíbrio e se estatelou no chão. Ao cair o robô se desmontou. E de lá de dentro saiu o terrível (e anão) dr. Zebedeu reclamando:
- Raios! Raios! Você destruiu o meu robô! Você me paga!
E foi pra cima do Tatá querendo descarregar toda sua raiva nele. Nesse mesmo instante o Pituxo, já reanimado, apareceu de novo e deu uma corrida naquele doutor malvado.
- Sai! Fora! Tire esse cachorro daqui! Sai.
As peças do robô viraram parque de diversões para as crianças. E desse dia em diante o Pituxo ganhou um novo amigo: o Tatá.
- Isso Pituxo. Menino bonito. Não, lamber não, Pituxo. Lamber não. Sai Pituxo. Não. Sai.