XERÉU E O POLVO GIGANTE



XERÉU E O POLVO GIGANTE

De Emílio Carlos


Era uma manhã muito linda. O céu estava azul, e a água do mar estava azul e límpida.
O peixinho Xeréu nadava tranquilamente em mar aberto junto com sua amiga, a peixinha Jane. De repente eles viram um recife de coral. Um olhou para o outro e Xeréu disse:
- Você está pensando o mesmo que eu, Jane?
- Claro, Xeréu.
- Então vamos lá!!
Os dois peixinhos nadaram rapidamente para brincar de esconde-esconde no recife de coral.
- Está com você, Jane! – disse Xeréu nadando mais rápido e se encondendo.
- Hum! Eu odeio quando ele faz isso! – disse Jane fazendo beicinho.
A peixinha Jane procurou daqui, procurou dali e nada. Nada de Xeréu.
- Quando Xeréu quer se esconder ele some, viu?
Jane continuou procurando até que viu um pedacinho do que parecia ser o rabo de Xeréu.
- Peguei! – disse ela segurando com suas nadadeiras.
Nessa hora houve um grande movimento de água. E detrás do coral apareceu o polvo Xomp – conhecido por sua maldade e por seu apetite voraz.
Com um de seus tentáculos o polvo agarrou a peixinha e disse com sua voz sinistra:
- Não, peixinha. Eu é que peguei você!
Jane deu um grito de horror. O polvo sorriu maldosamente e foi abrindo sua imensa boca para devorar a peixinha Jane.
- Socorro! Socorro! – gritou a peixinha.
Jane estava bem perto da boca do monstro agora. Parecia que ela ia ser almoço do polvo. Foi quando Xeréu apareceu bem na frente dos olhos do monstro e disse:
- Ei! Por que você não pega alguém do seu tamanho, hein?
O polvo olhou para ele e rosnou:
- Xeréu. Finalmente!
- É, sou eu mesmo! Tome isso! – disse Xeréu batendo com o rabo na cara do monstro.
Xomp ficou muito bravo. Até gruniu de raiva. De tanta raiva acabou soltando a peixinha Jane.
- Então Xeréu: hoje você não me escapa – disse o monstro.
- Quer apostar? – respondeu o peixinho.
O monstro tentou pegar Xeréu com seus tentáculos. Mas Xeréu era muito rápido. Nadava para um lado e para o outro escapando do monstro.
- Cuidado Xeréu! – gritou Jane, preocupada com o amigo.
De repente o polvo pegou Xeréu. E riu, maldosamente:
- Rá, rá, rá, rá, rá, rá! Agora eu consegui! Finalmente!
- Me solta, seu bicho pegajoso! – respondeu Xeréu.
O monstro abriu a boca, aquela gigantesca boca para devorar Xeréu. E nesse instante apareceu um enorme tubarão branco perto de Jane.
Ela gritou, apavorada. Agora os dois amigos seriam almoçados. Era o fimd e Xeréu com o polvo, e de Jane com o tubarão.
O tubarão mostrou os dentes. E disse com sua vózona:
- De novo, Xomp?
O polvo estremeceu:
- Não é o que parece, Tut. É só brincadeira.
- Solte Xeréu! – vociferou o tubarão.
O polvo tremeu nas bases, quer dizer, nos tentáculos:
- Certo, tudo bem. Pode ir peixinho bonitinho.
E dizendo isso o polvo soltou Xeréu e se escondeu no recife de coral.
- Ufa! Essa foi por pouco! Obrigado, Tut! – disse Xeréu.
- Não tem de que – respondeu Tut, o tubarão. E até bateram as nadadeiras como quem diz “valeu”.
Foi nessa hora que a peixinha Jane não agüentou mais e disse:
- Esperem aí: eu aqui com o maior medo desse tubarão... e vocês são amigos?
- Somos – respondeu Xeréu.
- É uma longa história – respondeu o tubarão sorrindo.
Jane ficou de queixo caído. Não sabia o que dizer.
- Eu tenho que ir – disse Tut.
- Valeu meu camarada! – respondeu Xeréu.
- Amigo é pra essas coisas, Xeréu. Tchau.
E assim dizendo o tubarão saiu nadando, passou perto do recife de coral e acertou o rabo num pedaço de recife, que caiu na cabeça do polvo.
- Uh, que raiva! – gruniu o polvo.
Enquanto isso Xeréu e Jane voltavam a nadar na imensidão do mar azul.
- Uma longa história, né Xeréu?
- É. Qualquer dia desses eu te conto. “Vão bora”.